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Conheça as 3 zonas da sua comunicação!


Lembra-se do famoso encontro entre Vladimir Putin e António Guterres com aquela mesa gigantesca entre eles? Uns criticaram a mesa, outros comentaram a postura do Secretário-Geral da ONU. Na verdade, ambas as perspetivas faziam sentido, contudo, eram comportamentos de natureza diferente. Ou seja, a tão criticada mesa era algo que estava fora da zona de controlo de Guterres. Mas a postura que adotou durante o encontro estava dentro da sua zona de controlo. Ou seja, Guterres não podia substituir a mesa, mas podia ter adotado uma postura ligeiramente mais direta, mais afirmativa e menos passiva.



Em cada momento da sua comunicação é importante saber em que zona está — para não se preocupar com aquilo que não pode mudar e se focar apenas naquilo que depende de si.

Por exemplo, há coisas que não podemos controlar: a sala onde vamos reunir, as pessoas que vão estar na reunião, as perguntas que o jornalista (ou audiência) vai fazer, as falhas técnicas (computador não liga, ar condicionado não funciona, etc.), e muito mais. E isso é normal e faz parte da sua zona de não controlo. 
É mau se o computador falhar? Claro. É desconfortável se o jornalista fizer “aquela” pergunta? Sim. Mas não é o fim do mundo e não vale a pena tentar alterar aquilo que… está fora da sua zona de controlo.    

Em vez disso, poderá focar-se naquilo que está dentro da sua zona de controlo — o que e como vai dizer e/ou fazer. 
Ou seja, o computador pode falhar, sim, mas está dentro da sua zona de controlo ter um plano B e fazer a apresentação com apenas um quadro branco e uma caneta. O jornalista poderá fazer uma pergunta que não estava prevista, sim, mas poderá sempre controlar aquilo que vai responder. Às vezes uma resposta “Não tenho informação suficiente para poder falar sobre esse tema neste momento” é uma boa opção e está dentro da sua zona de controlo.

Entre as duas zonas acima referidas, há uma outra — a zona da sua influência — para o bem e para o mal. Quando estiver a falar para o seu cliente, a sua zona de influência vai sempre muito para além dessa pessoa em particular - vai até aos colegas que ela vai encontrar depois de reunir consigo, até aos familiares (marido/mulher, filhos) com quem ela vai jantar à noite e até às pessoas no metro com quem se vai cruzar a caminho de casa. Porque a comunicação, para além do conteúdo, traz sempre uma emoção. E as emoções são contagiantes.  

De próxima vez, quando estiver preocupado com a sua entrevista, reunião ou uma apresentação, pense assim: aquilo que o preocupa está dentro ou fora da sua zona de controlo? Vale a pena preocupar-se com as perguntas que o jornalista vai fazer ou é melhor concentrar-se nas mensagens-chave que quer comunicar? Vale a pena preocupar-se com a mesa em que vai reunir ou é preferível concentrar-se na postura com que vai estar nesse encontro? E, se por acaso a sala da sua próxima reunião estiver com pouca luz e sem ar condicionado, já sabe, não vale a pena ficar zangado com aquilo que não pode alterar, é preferível focar-se naquilo que está dentro da sua zona de controlo - naquilo que vai dizer e na forma como o vai fazer. Porque uma boa comunicação consegue superar qualquer (má) situação.